Uma década mágica! Assim podem ser definidos os anos 2000 para o Internacional. Se em anos anteriores o Clube do Povo dominou o Brasil, na primeira década do século XXI a América e o Mundo ficaram vermelhos. A antiga obsessão pela Copa Libertadores finalmente chegou ao fim. Pelas mãos do eterno ídolo Fernandão, em 2006, a tradicional taça foi levantada pela primeira vez, em um Beira-Rio incandescente. Mas o ápice da redenção colorada chegaria no final do ano: o Mundial de Clubes da FIFA! Era de uma inesquecível geração vencedora, que eternizou, além do capitão da camisa 9, nomes como o de Tinga, Índio, Sobis e tantos outros.
Antes de pensar em vôos maiores, era necessário retomar a hegemonia regional. Entre 2002 e 2005, apoiado na força do Celeiro de Ases, o tetracampeonato gaúcho garantiu esse primeiro objetivo. Jovens promissores, como Nilmar, Rafael Sobis e Daniel Carvalho ganhavam sequência no time principal, dando retorno técnico e financeiro.
No ano do tetra, ainda com Muricy Ramalho na casamata, o Colorado bateu na trave no Campeonato Brasileiro, ficando com o vice. A competição ficou marcada pelo escândalo da Máfia do Apito, esquema de manipulação de resultados que tirou o Colorado da liderança. Apesar dos pesares, o Inter forjava um time duro de ser batido e que faria história no ano seguinte.
Finalmente era chegado o momento de Libertar a América e pintá-la de vermelho! O time treinado por Abel Braga buscou o inédito título com uma campanha quase invicta – foram oito vitórias, cinco empates e apenas uma derrota. Pelo caminho, times como o Nacional, do Uruguai, a LDU, do Equador, e o então campeão da América e do Mundo, São Paulo. Liderada por Fernandão, a equipe se impôs do começo ao fim do torneio, batendo o time paulista, na final, em pleno Morumbi, com dois gols históricos de Rafael Sobis. Na volta, o eterno capitão e Tinga, o motor do time, sacramentaram a antologia no Gigante. O Inter, finalmente, era dono da América!
Quem pensava que a alegria estava completa, se precipitou: o melhor ainda estava por vir. Em dezembro, no Japão, o Clube do Povo alcançou a maior glória de sua história – e sobre ninguém mais ninguém menos do que o poderoso Barcelona. O time espanhol contava com uma constelação formada por estrelas como Ronaldinho Gaúcho, melhor jogador do mundo na época, Iniesta, Xavi, Deco, Puyol e outros. Eles não foram páreo para o time colorado, que teve uma atuação impecável. O antológico gol da vitória veio no final do segundo tempo, em jogada magistral de Iarley, assinada por Adriano Gabiru. O dia 17 de dezembro de 2006 ficará para sempre lembrado como o dia em que o planeta ficou vermelho.
O Museu do Inter ficou pequeno para tantas taças conquistadas no período e precisou reformar sua estrutura. Além dos troféus da Libertadores e do Mundial de Clubes, o Colorado ainda conquistou o inédito título da Copa Sul-Americana, em 2008, ganhando, assim, o apelido de ‘Campeão de Tudo’. Na campanha, foram superados adversários como Boca Juniors, Grêmio, Universidad Católica, Chivas e, na final, o forte Estudiantes, do craque Verón, campeão da Libertadores no ano seguinte. Ainda foram celebrados títulos como o da Recopa, em 2007, formando a Tríplice Coroa, e a Dubai Cup, no ano seguinte, sobre a poderosa Inter de Milão, de craques como Ibrahimovic, Crespo, Zanetti e Materazzi.