Sport Club InternacionalSport Club Internacional
Sport Club InternacionalSport Club Internacional
Seja sócio
Acesse sua contaAcesse sua conta
Campeão da Copa do Mundo de Clubes Fifa, no Japão
2006
O embarque
Torcedores acompanham o ônibus da delegação (Foto: Emerson Souza / Agencia RBS) e o embarque (Fotos: Carlinhos Rodrigues / Agencia RBS)
Inter x Al-Ahly
Alex e Eller comemoram (Foto: Eurosport) e Pato, Luiz Adriano e Renan vibram após o jogo (Foto: Toru Yamanaka)
O pré-jogo

Sem Hidalgo, machucado, o técnico Abel Braga escolheu Rubens Cardoso para a lateral-esquerda. Nas demais posições, o time colorado repetiu a formação que derrotara o Al-Ahly nas semifinais, assim subindo a campo, vestindo branco, com Clemer no gol; Ceará, Índio, Fabiano Eller e Rubens, na defesa; Edinho, Wellington Monteiro, Alex e Fernandão no meio; Pato e Iarley na frente.

Do outro lado, o Barcelona de Frank Rijkaard esteve escalado com Victor Valdes no gol; Zambrotta, lateral campeão do mundo com a Itália no último mês de julho, Rafa Marquéz, Puyol e Van Bronckhorst, na defesa; Thiago Motta, Iniesta e Deco, no meio; e Ronaldinho, o atual melhor jogador do mundo, Gudjohnsen e Giuly, no ataque. A equipe foi a mesma que, no último dia 14, goleou o América-MEX na semifinal do Mundial.


Lotado por mais de 70 mil pessoas, o Estádio Internacional de Yokohama demonstrou, ao longo de toda a noite, grande simpatia pela equipe europeia, com especial destaque para os craques Ronaldinho e Deco, constantemente ovacinados pelo público. O ambiente hostil, contudo, em nada intimidou as centenas de colorados e coloradas que, localizados principalmente atrás da goleira esquerda, cantaram e apoiaram o Inter durante os 90 minutos, decorando as arquibancadas nipônicas com bandeiras e faixas do Clube do Povo.



Após bonito espetáculo protagonizado por jovens crianças e embalado por um grupo de música pop japonesa, as equipes entraram em campo perfiladas, respeitando o tradicional protocolo da FIFA. Considerado visitante, o Inter teve seus atletas completamente fardados de branco, com a maioria vestindo mangas longas devido ao intenso frio nipônico.


Primeira etapa movimentada

Palco da decisão da Copa do Mundo de 2002, o Estádio Internacional de Yokohama assistiu à partida que esteve, desde seus primeiros movimentos, à altura da mística de suas arquibancadas.

Vivendo grande momento, o Barcelona bem que tentou impor seu ritmo desde o minuto inicial, mas esbarrou no grande entrosamento da retaguarda colorada. Como se fora um meio-campista, Fernandão não oferecia respiro a Motta, perturbando a tradicionalmente qualificada saída de bola catalã.

Diante do cenário positivo, o Clube do Povo começou a se soltar, criando boas oportunidades com Fernandão, Rubens Cardoso, Iarley e Pato.

A resposta dos europeus, tidos por quase toda a crônica esportiva como favoritos, chegou aos 18 minutos, em chute forte de Van Bronckhorst.

O holandês botou bastante curva na bola, exigindo grande reflexo de Clemer, que espalmou para a direita. Ronaldinho aproveitou o rebote e mandou de primeira, mas direto pela linha de fundo. Deste momento em diante, a partida ficou mais concentrada entre as duas intermediárias, com o Barcelona apostando em bolas alçadas para Gudjohnsen e forçando faltas, enquanto o Inter tentava encaixar um rápido contra-ataque que poderia ser fatal.

Como elemento surpresa, Índio, aos 37, teve a última boa oportunidade da etapa inicial, finalizando por cima jogada tramada com Wellington Monteiro.

O mais internacional dos tempos

Os 20 minutos iniciais da última etapa repetiram o cenário de abertura do primeiro tempo.

Presente no campo ofensivo, o Inter levava perigo aos espanhóis ao mesmo tempo em que, no campo de defesa, contava com maiúscula atuação do sistema para segurar o ímpeto catalão. O cenário foi radicalmente revolucionado, todavia, aos 23, quando Fernandão sentiu cãibra após disputar bola por cima.

Após receber rápida massagem na panturrilha, o capitão retornou a campo e tentou, por quase cinco minutos, permanecer na partida, até não resistir às dores.

Abel, então, chamou Gabiru, mas, no instante em que a troca seria feita, um novo problema surgiu: o nariz de Índio, que não parava de sangrar. O defensor precisou sair de campo em busca de uma nova camisa limpa. Ao mesmo tempo, recebia atendimento que impedia o comandante colorado de realizar a prevista substituição, que seria a terceira.

Assim, o Inter permaneceu, durante intermináveis minutos, com um (e meio) a menos no gramado, até Índio retornar e Adriano entrar, aos 30.



Se no papel foi Adriano quem substituiu Fernandão, animicamente coube a Iarley ocupar o espaço de liderança deixado pelo capitão.

Chamando a responsabilidade para si e importunando a defesa rival, o camisa 10 encontrou seu momento de maior brilhantura na partida aos 36, curiosamete em combinação com Gabiru, certamente abençoado por Fernando, que tudo assistiu da beira do campo.

Em velocidade, o quixeramobinense recebeu escorada de Luiz Adriano e, da altura do meio de campo, partiu em velocidade após aplicar caneta desconcertante em Puyol. Exatos cinco segundos após o corte, serviu açucarada assitência para Gabiru, que não perdoou.


Gol.

O mais importante de nossa história, o único da partida, apesar dos esforços de Deco, parado por Clemer, Ronaldinho, condenado pelo destino, e companhia. Faltando um segundo para os 48, Carlos Batres apitou pela última vez na partida e oficializou a conquista alvirrubra.


Paixão cumprimenta adversário (Foto: Toru Yamanaka / AFP / Getty Images)
O Japão tremeu

Uma vez encerrado o confronto, a distância de 20 mil quilômetros entre Japão e Rio Grande do Sul foi encurtada a ponto de habitantes de uma terra confirmarem ser possível ouvir os festejos promovidos noutra. Goethe e Yokohama viraram um só ambiente, ou melhor, passarela, sobre a qual desfilou o popular bloco colorado.

Índio celebra o título os jogadores (Foto: Ken Shimizu / AFP / Getty Images)

Mais do que no momento do apito final, verdade seja dita, foi pontualmente às 21h38min do Japão, 10h38min do Brasil, que a euforia foi, enfim, iniciada. Neste instante, poucos minutos depois de Iarley ser premiado como o segundo melhor atleta da competição, Fernandão ergueu a taça do Mundial, colorindo, de vez, o mundo em alvirrubro. Depois disso, os jogadores deram a tradicional volta olímpica e partiram para a festa que não tem dia, hora ou lugar pra acabar. Comemore, povo colorado. O mundo é nosso!



De volta pra casa
Fernandão chegando com a taça (Foto: Agência/Lance)
Clemer com a torcida (Foto: Diego Vara / CP Memória) e todo time comemora (Foto: Neco Varella / EFE)

Ficha técnica


Internacional (1): Clemer; Ceará, Índio, Fabiano Eller e Rubens Cardoso; Edinho, Wellington Monteiro, Alex (Vargas) e Fernandão (Adriano); Alexandre Pato (Luiz Adriano) e Iarley. Técnico: Abel Braga.

Barcelona (0): Valdes; Zambrotta (Beletti), Márquez, Puyol e Van Bronckhorst; Motta (Xavi), Iniesta e Deco; Giuly, Gudjohnsen (Ezquerro) e Ronaldinho. Técnico: Frank Rijkaard.

Gol: Adriano (I), aos 36min do segundo tempo.

Cartões amarelos: Índio, Iarley e Adriano (I); Motta (B).

Público: 67.128.

Arbitragem: Carlos Batres (Guatemala), auxiliado por Carlos Pastrana (Honduras) e Leonel Leal (Costa Rica).

Local: Estádio Internacional de Yokohama, no Japão.