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#DAleParaSempre: confira tudo que vivemos após o último apito deste sábado

Anote na agenda: o sábado 19 de dezembro de 2020 jamais será esquecido por todos que vivem e reverenciam a gigante história do Sport Club Internacional. Quando já se encaminhava para ser encerrada, a data teve o privilégio de receber a última partida de Andrés Nicolás D’Alessandro com a camisa colorada, disputada contra o Palmeiras e encerrada com vitória de 2 a 0 do Clube do Povo.

Assim que encerrado o duelo, El Cabezón foi prontamente saudado por seus companheiros de grupo, que após os devidos cumprimentos trataram de alçar o jogador às alturas. O festejo, inicialmente embalado pelo eterno grito de “Dale, D’Alessandro”, logo contou com vídeo especial formado por agradecimentos de ex-companheiros e amigos do argentino, grupo seleto que com suas palavras simbolizou os milhões de obrigados que foram ditos nesta noite por colorados e coloradas.

Encerrado o vídeo, D’Alessandro discursou no centro do campo. O ídolo tratou de comemorar a importante vitória conquistada neste sábado, agradecer seus atuais companheiros, destacar o papel ocupado pelas demais lideranças do grupo e elogiar Abel Braga, técnico que, desde 2014, também é amigo pessoal do gringo.

Jogador que torce, torcedor que joga, na saída de campo D’Ale viveu novo momento especial. Abraçado em sua esposa, Erica, e nos filhos Martina, Gonzalo e Santio, o camisa 10 atravessou um corredor formado pelos colegas de elenco, que mais uma vez aplaudiram um dos maiores craques do futebol sul-americano.

Antes de cruzar pela última vez o túnel dos vestiários do Gigante, D’Alessandro também recebeu uma faixa confeccionada em sua homenagem. O trapo eterniza Andrés em seu melhor estilo: sorridente e eufórico, carregando um bumbo nos braços, regendo a festa do povo que tantas fezes fez tremer as arquibancadas do Beira-Rio,

O relógio indicava 23h53 quando D’Ale desceu do campo, as derradeiras luzes do Beira-Rio foram apagadas e o último tango do gênio, infelizmente, findado. Equivocaram-se, porém, aqueles que julgaram como final o ponto escrito no gramado.

Na sala de coletivas do Beira-Rio, D10s concedeu entrevista para a imprensa e, com suas falas, voltou a trazer lágrimas para nossas faces. Confira as principais aspas de Andrés:

“Fico feliz pela entrega do time, pelo jogo que fez o grupo. Pessoalmente, sentimento de gratidão, agradecimento, por tudo que têm demonstrado os jogadores e funcionários do Clube nos últimos dias. Vai ser difícil quando cair a ficha. É uma situação de tristeza muito grande mas, quando olho para trás, uma felicidade muito grande também.”

D’Ale, sobre a partida

“Para a torcida, a palavra é de gratidão. Pelo apoio, pois me aguentaram em momentos que extrapolei, que cobrei e fui cobrado. É uma relação de empatia. Se poderia falar alguma coisa para o torcedor, é pedir desculpas. Gostaria de ter entregado mais. Sempre tentamos fazer o melhor, mas fica um gostinho porque não me conformo, não sou conformista.”

Humilde como os gigantes

“O Beira-Rio foi a minha casa por 12 anos. Tive o privilégio e a sorte de conhecer o antigo, vivi essa época e a época do novo Beira-Rio. Épocas totalmente diferentes. Gostaria que muitos jovens que estão hoje e que tiveram a chance de aparecer nas suas carreiras no novo, tivessem conhecido o antigo para poder ver como a gente se puxava, para conhecer os valores que a gente tinha lá atrás, quando tinha muito menos do que tem hoje.

A nostalgia dos tempos de chegada

“Sobre o legado, eu volto a repetir, o futebol é um esporte coletivo. O que eu conquistei, foi porque fui parte de grupos vencedores, com companheiros vitoriosos, que me ajudaram muito. Hoje eu saio com 13 títulos e com o carinho do torcedor, que para mim é importantíssimo, mas isso não quero deixar como legado. Isso é uma consequência do trabalho, do profissionalismo, que são o verdadeiro legado.”

O legado deixado por D10s

“Quero que meus companheiros me lembrem como uma pessoa do bem, maluco em alguns momentos, louco, chato, mas esse é o jeito de fazer as coisas andarem. Aprendi assim e irei até o último dia assim.”

Uma vez capitão, sempre capitão

Já vivíamos o infeliz domingo 20 de dezembro, dia um sem Andrés, quando o Clube aqueceu o coração de seu povo. No lugar das lágrimas, veio a ansiedade, pois no próximo 10 de janeiro, a única data possível, o Inter publicará, em seus canais oficiais, documentário especial sobre a trajetória do gigante D’Alessandro no Beira-Rio.

Clique aqui para saber mais sobre o documentário D’Ale para sempre

Embora tenha sido D’Alessandro o dono dos holofotes, o gringo não foi o único a falar depois do jogo. Alexandre Chaves Barcellos, segundo vice-presidente de Futebol, Abel Braga, técnico colorado, e Yuri Alberto, autor de pintura na noite deste sábado, também falaram ao público após o triunfo diante do Palmeiras. O assunto, é claro, foi a despedida de Cabezón. Confira as aspas:

“É muito, muito raro um jogador, durante 12 anos, conquistar a torcida, ter o respeito de todos, em um país que não é o dele. Ele foi muito bem recebido aqui no Inter, e soube retribuir todo esse carinho. Ele sabe o quanto admiro o lado profissional dele, o grande jogador que é e, acima de tudo, o grande caráter. Neste momento histórico, me sinto orgulhoso de ter participado mais uma vez.”

Abel Braga

“Essa noite teve uma simbologia muito especial para todos nós colorados. Agradecer por tudo que o D’Alessandro fez ao Internacional, são 12 anos de uma dedicação, de uma entrega, de uma liderança como eu nunca tinha visto de um atleta em relação a um clube. Acho que é algo que vai ser muito difícil que possamos repetir, provavelmente até mesmo na história do futebol brasileiro.”

Alexandre Chaves Barcellos

“Tenho pouco tempo de Clube,

mas aprendi muito

com ele”

Yuri Alberto

Imagens

Crédito: Ricardo Duarte